2.1
Tobite e o valor da esmola
se a tua mão secreta me devolve ainda ao trigo,
ao vinho, ao óleo, às romãs caídas, ao calor
do figo, seja eu de novo a voz entre os pinhais
e um dia a mais ainda
eu que para dormir me deitara ao longo do muro
e tivera sono como comera amor, e amara
duro como sonhara a dor, num canto escuro e fundo
do mesmo mundo longo
tenho agora aos olhos a luz da tua mão aberta
que me inspira, me cura e me consola, e saio à rua
de alma certa, a desenterrar os mortos por esmola
por mais um dia agora
mas seja eu de novo a treva ríspida da escama
se eu renegar à tribo de meu pai, ou tua mão
me chama sem crer na minha voz: ah, seja eu só
e nem mais um dia
num mundo curto
se a tua mão secreta me devolve ainda ao trigo,
ao vinho, ao óleo, às romãs caídas, ao calor
do figo, seja eu de novo a voz entre os pinhais
e um dia a mais ainda
eu que para dormir me deitara ao longo do muro
e tivera sono como comera amor, e amara
duro como sonhara a dor, num canto escuro e fundo
do mesmo mundo longo
tenho agora aos olhos a luz da tua mão aberta
que me inspira, me cura e me consola, e saio à rua
de alma certa, a desenterrar os mortos por esmola
por mais um dia agora
mas seja eu de novo a treva ríspida da escama
se eu renegar à tribo de meu pai, ou tua mão
me chama sem crer na minha voz: ah, seja eu só
e nem mais um dia
num mundo curto
A.
Sem comentários:
Enviar um comentário