quinta-feira, 8 de novembro de 2007

29.

"Houve uma altura em que me honrou com a sua confiança. Se calhar, já se esqueceu de mim. Como aconteceu que eu esteja a escrever-lhe agora? Não sei, mas tive o desejo imperioso de fazê-la lembrar-se de mim, precisamente a si. Muitas vezes senti que precisava das três, mas das três só a si imaginava. Preciso muito, mas muito, de si. Não tenho nada a escrever-lhe de mim, nada a contar-lhe. Nem o queria; desejo apenas que esteja muito feliz. Está feliz? Era só isto que queria dizer-lhe.
Seu irmão, príncipe
L. Míchkin."
Fiodor Dostoiévski, in O Idiota, Editorial Presença.

2 comentários:

sara aires disse...

Hummm... ainda só tive a honra de ler "Crime e Castigo"...
Certamente esta será uma boa sugestão para a próxima leitura.
Obrigada.

Sempre enigmáticos estes altares, lindos!

altar disse...

Obrigado eu, pelo teu comentário e pelas tuas visitas. Podemos então trocar, uma vez que ainda não li o crime e castigo. Mas estes autores russos deixam-me fascinados!

Obrigado pelo incentivo quanto aos altares...